domingo, 16 de novembro de 2014

APROVEITAR A GREVE E CONSTRUIR UM MOVIMENTO DE REORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA!



APROVEITAR A GREVE E CONSTRUIR UM GRANDE MOVIMENTO DE REORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA!
A direção do sindicato dos correios de São Paulo fez o que a maioria de nós achava ser improvável, numa assembleia muito menor do que a que votou a greve na campanha salarial deflagrou-se a greve.
A maioria dos lutadores de nossa categoria está muito desconfiada sobre os reais motivos dessa greve. Esse boletim tem como objetivo apresentar alguns elementos que possam contribuir nessa discussão, entretanto, independentemente dessa discussão, acreditamos que a greve deve ser fortalecida por duas razões: a primeira é que de fato a categoria precisa mostrar para o governo Dilma, nosso patrão, que não estamos nada contentes com a enrolação sobre o não pagamento da PLR, a segunda é que acreditamos que devemos aproveitar a greve e engrossar o movimento de recolhimento de assinaturas do abaixo assinado pela destituição da direção do sindicato por desrespeito à categoria e descumprimento do Estatuto do nosso sindicato ao terem ido contra a decisão da categoria que em assembleia votou a greve na ultima campanha salarial.
Em nossa opinião, todas as oposições que se propõem a disputar eleições para dirigir nossa categoria deveriam estar comprometidas em construir esse movimento político de nossa categoria de destituição da atual direção do sindicato, mas, independentemente dos grupos de oposição, cabe à categoria assumir e levar às ultimas consequências esse processo de mobilização.
SOBRE OS REAIS MOTIVOS DA DIREÇÃO DO SINDICATO
A direção do sindicato “chamou” essa greve sob a cortina de fumaça de “luta pelo pagamento da PLR” e também “contra a sobrecarga de trabalho por conta da falta de contratação de funcionários”, “melhores condições de trabalho”, etc., entretanto, alguns elementos precisam ser analisados por nossa categoria para que possamos entender e confrontar os motivos pelos quais a direção do sindicato chamou a greve, pelos quais devemos participar.
Uma das primeiras questões que devemos analisar e que diz respeito às péssimas condições de trabalho, assédio moral nos locais de trabalho e excesso de serviço e o fato da atual gestão do sindicato ter se juntado a direção da empresa e desmontado todos os processos de luta de nossa categoria nos últimos 4 anos, senão vejamos:
Quando o CDD Mauá, fez luta para remover o chefe tirano, (o índio), havia processos de mobilização da categoria em diversos setores, Piraporinha, Diadema, alguns CDD’s da zona leste, zona sul, AC’s diversas, etc. Ao invés da direção do sindicato unificar essas e outras lutas, tratou-as de forma isolada jogando um balde de água fria nas lutas da categoria. Onde não foi possível jogar água fria, fez mobilizações isoladas, inclusive com paralisações localizadas como forma de dar uma cara de “radicalização”.
Em abril desse ano fez de tudo para que a categoria não se mobilizasse, até com greve, inclusive para pressionar a empresa a pagar a PLR; no meio do ano, a alta cúpula da empresa que ganha mais de R$ 20.000,00 por mês, mais gratificação de R$ 4.000,00 apenas por integrarem o conselho diretor se reuniu de aumentou o próprio salário em 4%, naquele momento todos os sindicatos, em nível nacional deveriam ter chamado uma greve e reivindicado que todos nós tivéssemos o mesmo percentual de aumento, mas isso não foi feito nacionalmente, e, a direção do sindicato se calou diante desse desmando.
Na campanha salarial nas poucas e minguadas reuniões que o sindicato fez, em alguns setores, fez coro com a direção da empresa, afirmando que, por ser ano eleitoral, nenhum aumento além da inflação poderia ser dado a qualquer categoria ligada ao governo, nosso patrão.
Pois bem, por trás desse discurso estava a manobra da direção do sindicato em São Paulo e no resto do país de impedir que uma greve nacional da categoria fosse deflagrada para não prejudicar o governo Dilma e seu processo de reeleição. Vale lembrar que a maioria dos sindicatos de trabalhadores de correios do país é dirigida pelo pessoal da CUT e também da CTB, sendo que os dois maiores sindicatos, Rio de Janeiro e São Paulo são dirigidos pela CTB e fizeram de tudo para que a greve da campanha salarial não fosse feita pela categoria, até passaram por cima da decisão da categoria e, praticamente rasgaram o estatuto ao atropelarem a decisão de entrarmos em greve, no Rio de Janeiro, tiveram dificuldades de fazer o que foi feito aqui, mas a greve foi rapidamente desconstruída pela CTB carioca.
Aqui em São Paulo houve até pancadaria, mas a direção do sindicato achou melhor ir contra a categoria do que ir contra o governo Dilma e a direção da empresa, por uma razão muito simples o governo pode dar os cargos que eles almejam. Em outras palavras, traíram as lutas da categoria e agora querem cobrar a fatura!
Muitos companheiros podem achar que por sermos oposição à CUT e à CTB estamos exagerando, mas é só prestar a atenção nas ações da direção do sindicato e também no ultimo boletim, distribuídos por eles, para chamar a greve. Embora eles digam que seja pela PLR e acrescentem outros motivos, a verdade está estampada na frente desse boletim em que usam caricaturas com o pescoço numa guilhotina exigindo que a cabeça de alguns diretores regionais e outros membros de alto e médio escalão sejam cortadas e para quê, para que fique as vagas ou pra eles ou para correligionários partidários e sindicais. Esse é o real motivo da CTB chamar essa greve!
QUAL DEVE SER A RESPOSTA DA CATEGORIA?
Desde que a campanha salarial foi vendida, muitos companheiros em diversos setores têm se mobilizado, feito reunião e recolhido assinaturas, (http://www.4shared.com/file/NJvqediLba/Abaixo-asssinado_Correios.html e também http://www.4shared.com/file/CNf2AFHQce/Abaixo_assinado_para_no_sindic.html ) a fim de construirmos uma grande assembleia de destituição da atual direção do sindicato, antes que assumam o próximo mandado que começa em janeiro e vale por mais quatro anos. O ultimo período de traição e negociata por cargos no mostrou que mais quatro anos dessa política vai levar nossa categoria a derrotas ainda maiores e, isso, nós não podemos aceitar.
A LUTA É DE TODOS NÓS, AJUDE A CONSTRUÍ-LA!
Se por um lado, no ultimo período temos assistido a um sem número de traições, por outro temos assistido também uma relativa inércia das oposições no sentido de estar de fato enraizada em todos os setores da nossa categoria e isso acontece basicamente por dois motivos, a saber: o primeiro é que cada oposição, via de regra, se organiza apenas em momentos de eleição para disputar a direção do aparato. O que pode ser relativamente explicado pelo fato de não haver liberações entre os opositores, mas isso é apenas parte da verdade, a outra parte tem a ver com a compreensão de que, se os revolucionários ganharem a direção do sindicato, resolve-se os problemas da categoria, isso também é parte da verdade, mas não ela toda.
Para haver alteração expressiva nos rumos da luta de nossa categoria há necessidade de direção comprometida, mas também de uma prática sindical diferenciada, que defenda o rodízio nas liberações evitando que dirigente sindical esqueça o que é trabalhar, que priorize um processo de formação de todos os ativistas evitando a construção de dirigentes eternos e principalmente, que dispute a consciência de classe em nossa categoria para que ela possa estar a serviço da construção de sociedade justa e igualitária. Lutar por salário e por melhores condições de trabalho é de extrema importância, mas é necessário avançar para a construção de um tipo de sociedade em que uma minoria não fique com toda a riqueza produzida pela maioria, ou seja, pela classe trabalhadora, independentemente de categoria.
DESFILIAÇÃO NÃO É O CAMINHO!
Muitos (as) companheiros (as) tem, por conta da justa indignação, procurado o sindicato para desfiliação. Embora entendamos a razão da insatisfação afirmamos que esse não é o caminho por um simples motivo. Somente pode votar mudanças nos rumos da luta da categoria que é sindicalizado, quem não é até pode reclamar, mas não irá além disso. Fora isso, não ter sindicalizados que enfrente essa direção a favorece porque ela poderá ficar por anos ai nos traindo e sobrevivendo do Imposto Sindical, visto que não temos como impedi-la de receber esse dinheiro. O correto é nos mantermos sindicalizados e discutirmos com nossos companheiros que façam o mesmo, do contrário não conseguiremos mudar o atual quadro.

Se concordar com nossa proposta, entre em contato, divulgue o trabalho em sua unidade.
Venha construir uma oposição independente dos partidos e das correntes!

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