APROVEITAR
A GREVE E CONSTRUIR UM GRANDE MOVIMENTO DE REORGANIZAÇÃO DA CATEGORIA!
A direção do sindicato
dos correios de São Paulo fez o que a maioria de nós achava ser improvável, numa
assembleia muito menor do que a que votou a greve na campanha salarial deflagrou-se
a greve.
A maioria dos lutadores
de nossa categoria está muito desconfiada sobre os reais motivos dessa greve. Esse
boletim tem como objetivo apresentar alguns elementos que possam contribuir
nessa discussão, entretanto, independentemente dessa discussão, acreditamos que
a greve deve ser fortalecida por duas razões: a primeira é que de fato a
categoria precisa mostrar para o governo Dilma, nosso patrão, que não estamos
nada contentes com a enrolação sobre o não pagamento da PLR, a segunda é que
acreditamos que devemos aproveitar a greve e engrossar o movimento de
recolhimento de assinaturas do abaixo assinado pela destituição da direção do
sindicato por desrespeito à categoria e descumprimento do Estatuto do nosso sindicato
ao terem ido contra a decisão da categoria que em assembleia votou a greve na
ultima campanha salarial.
Em nossa opinião, todas
as oposições que se propõem a disputar eleições para dirigir nossa categoria
deveriam estar comprometidas em construir esse movimento político de nossa
categoria de destituição da atual direção do sindicato, mas, independentemente
dos grupos de oposição, cabe à categoria assumir e levar às ultimas consequências
esse processo de mobilização.
SOBRE
OS REAIS MOTIVOS DA DIREÇÃO DO SINDICATO
A direção do sindicato “chamou”
essa greve sob a cortina de fumaça de “luta pelo pagamento da PLR” e também “contra
a sobrecarga de trabalho por conta da falta de contratação de funcionários”, “melhores
condições de trabalho”, etc., entretanto, alguns elementos precisam ser
analisados por nossa categoria para que possamos entender e confrontar os
motivos pelos quais a direção do sindicato chamou a greve, pelos quais devemos
participar.
Uma das primeiras
questões que devemos analisar e que diz respeito às péssimas condições de
trabalho, assédio moral nos locais de trabalho e excesso de serviço e o fato da
atual gestão do sindicato ter se juntado a direção da empresa e desmontado
todos os processos de luta de nossa categoria nos últimos 4 anos, senão
vejamos:
Quando o CDD Mauá, fez
luta para remover o chefe tirano, (o índio), havia processos de mobilização da
categoria em diversos setores, Piraporinha, Diadema, alguns CDD’s da zona
leste, zona sul, AC’s diversas, etc. Ao invés da direção do sindicato unificar
essas e outras lutas, tratou-as de forma isolada jogando um balde de água fria
nas lutas da categoria. Onde não foi possível jogar água fria, fez mobilizações
isoladas, inclusive com paralisações localizadas como forma de dar uma cara de “radicalização”.
Em abril desse ano fez de
tudo para que a categoria não se mobilizasse, até com greve, inclusive para
pressionar a empresa a pagar a PLR; no meio do ano, a alta cúpula da empresa
que ganha mais de R$ 20.000,00 por mês, mais gratificação de R$ 4.000,00 apenas
por integrarem o conselho diretor se reuniu de aumentou o próprio salário em 4%,
naquele momento todos os sindicatos, em nível nacional deveriam ter chamado uma
greve e reivindicado que todos nós tivéssemos o mesmo percentual de aumento,
mas isso não foi feito nacionalmente, e, a direção do sindicato se calou diante
desse desmando.
Na campanha salarial nas
poucas e minguadas reuniões que o sindicato fez, em alguns setores, fez coro
com a direção da empresa, afirmando que, por ser ano eleitoral, nenhum aumento
além da inflação poderia ser dado a qualquer categoria ligada ao governo, nosso
patrão.
Pois bem, por trás desse
discurso estava a manobra da direção do sindicato em São Paulo e no resto do
país de impedir que uma greve nacional da categoria fosse deflagrada para não
prejudicar o governo Dilma e seu processo de reeleição. Vale lembrar que a
maioria dos sindicatos de trabalhadores de correios do país é dirigida pelo
pessoal da CUT e também da CTB, sendo que os dois maiores sindicatos, Rio de
Janeiro e São Paulo são dirigidos pela CTB e fizeram de tudo para que a greve
da campanha salarial não fosse feita pela categoria, até passaram por cima da
decisão da categoria e, praticamente rasgaram o estatuto ao atropelarem a
decisão de entrarmos em greve, no Rio de Janeiro, tiveram dificuldades de fazer
o que foi feito aqui, mas a greve foi rapidamente desconstruída pela CTB
carioca.
Aqui em São Paulo houve
até pancadaria, mas a direção do sindicato achou melhor ir contra a categoria
do que ir contra o governo Dilma e a direção da empresa, por uma razão muito
simples o governo pode dar os cargos que eles almejam. Em outras palavras,
traíram as lutas da categoria e agora querem cobrar a fatura!
Muitos companheiros podem
achar que por sermos oposição à CUT e à CTB estamos exagerando, mas é só
prestar a atenção nas ações da direção do sindicato e também no ultimo boletim,
distribuídos por eles, para chamar a greve. Embora eles digam que seja pela PLR
e acrescentem outros motivos, a verdade está estampada na frente desse boletim
em que usam caricaturas com o pescoço numa guilhotina exigindo que a cabeça de
alguns diretores regionais e outros membros de alto e médio escalão sejam
cortadas e para quê, para que fique as vagas ou pra eles ou para
correligionários partidários e sindicais. Esse é o real motivo da CTB chamar
essa greve!
QUAL
DEVE SER A RESPOSTA DA CATEGORIA?
Desde
que a campanha salarial foi vendida, muitos companheiros em diversos setores
têm se mobilizado, feito reunião e recolhido assinaturas, (http://www.4shared.com/file/NJvqediLba/Abaixo-asssinado_Correios.html
e também http://www.4shared.com/file/CNf2AFHQce/Abaixo_assinado_para_no_sindic.html
) a fim de construirmos uma grande assembleia de destituição da atual direção
do sindicato, antes que assumam o próximo mandado que começa em janeiro e vale
por mais quatro anos. O ultimo período de traição e negociata por cargos no
mostrou que mais quatro anos dessa política vai levar nossa categoria a
derrotas ainda maiores e, isso, nós não podemos aceitar.
A
LUTA É DE TODOS NÓS, AJUDE A CONSTRUÍ-LA!
Se por um lado, no ultimo
período temos assistido a um sem número de traições, por outro temos assistido
também uma relativa inércia das oposições no sentido de estar de fato enraizada
em todos os setores da nossa categoria e isso acontece basicamente por dois
motivos, a saber: o primeiro é que cada oposição, via de regra, se organiza
apenas em momentos de eleição para disputar a direção do aparato. O que pode
ser relativamente explicado pelo fato de não haver liberações entre os
opositores, mas isso é apenas parte da verdade, a outra parte tem a ver com a
compreensão de que, se os revolucionários ganharem a direção do sindicato,
resolve-se os problemas da categoria, isso também é parte da verdade, mas não
ela toda.
Para haver alteração
expressiva nos rumos da luta de nossa categoria há necessidade de direção
comprometida, mas também de uma prática sindical diferenciada, que defenda o
rodízio nas liberações evitando que dirigente sindical esqueça o que é
trabalhar, que priorize um processo de formação de todos os ativistas evitando
a construção de dirigentes eternos e principalmente, que dispute a consciência
de classe em nossa categoria para que ela possa estar a serviço da construção
de sociedade justa e igualitária. Lutar por salário e por melhores condições de
trabalho é de extrema importância, mas é necessário avançar para a construção
de um tipo de sociedade em que uma minoria não fique com toda a riqueza
produzida pela maioria, ou seja, pela classe trabalhadora, independentemente de
categoria.
DESFILIAÇÃO
NÃO É O CAMINHO!
Muitos (as) companheiros
(as) tem, por conta da justa indignação, procurado o sindicato para
desfiliação. Embora entendamos a razão da insatisfação afirmamos que esse não é
o caminho por um simples motivo. Somente pode votar mudanças nos rumos da luta
da categoria que é sindicalizado, quem não é até pode reclamar, mas não irá
além disso. Fora isso, não ter sindicalizados que enfrente essa direção a
favorece porque ela poderá ficar por anos ai nos traindo e sobrevivendo do
Imposto Sindical, visto que não temos como impedi-la de receber esse dinheiro.
O correto é nos mantermos sindicalizados e discutirmos com nossos companheiros
que façam o mesmo, do contrário não conseguiremos mudar o atual quadro.
Se concordar com nossa proposta,
entre em contato, divulgue o trabalho em sua unidade.
Venha construir uma oposição
independente dos partidos e das correntes!
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